domingo, 2 de janeiro de 2011

Formação docente

Pluralidade cultural
Partindo do princípio de que ser professor não é apenas ensinar disciplinas com base em teorias pré formadas e seguindo metodologias que tendem a ajudar somente quem está no comando e, sim, tentar ensinar os alunos (principalmente crianças) a pensar, refletir e analisar não apenas as disciplinas abordadas mas, também, fazer com que pensem e reflitam sobre as situações do cotidiano na realidade em que vivem, tentando sempre conscientizá-las de que dentro de uma mesma sala de aula, por mais que existam pessoas que se identifiquem, cada indivíduo vive uma realidade diferente e tem maneiras diferentes de aprender, tentando ensiná-las não apenas para a escola ou o trabalho e, sim, tentar ensiná-las para a vida. "A instituição que educa deve deixar de ser um lugar exclusivo em que se aprende apenas o básico (as quatro operações, socialização, profissão) e se reproduz o conhecimento dominante, para assumir que precisa ser também uma manifestação de vida em toda sua complexidade, em toda sua rede de relações e dispositivos com uma comunidade, para revelar um modo institucional de conhecer e, portanto, de ensinar o mundo e todas suas manifestações." (Imbernon, 2004, pág. 8)
Taylorismo
Desigualdade social
Se analisarmos friamente as condições atuais do professorado, enxergaremos com facilidade que muitos professores usam o modo taylorista de trabalho para ensinar seus alunos, os quais apenas sentam em suas carteiras e ficam ouvindo o professor repetir as informações que aprendeu em algum lugar e algum momento, tudo de forma homogeneizada como se todos aprendessem da mesma forma e ao mesmo tempo. "É claro que a instituição educativa evoluiu no decorrer do século XX, mas o fez sem romper as linhas diretrizes que lhe foram atribuídas em sua origem; centralista, transmissora, selecionadora, individualista... para educar realmente na vida e para a vida, para essa vida diferente, e para superar desigualdades sociais, a instituição a instituição educativa deve superar definitivamente os enfoques tecnológicos, funcionalista e burocratizantes, aproximando-se, ao contrário, de seu caráter mais relacional, mais dialógico, mais cultural-contextual e comunitário, em cujo âmbito adquire importância a relação que se estabelece entre todas as pessoas que trabalham dentro e fora da instituição." (Imbernon, 2004, pág. 7)
Conhecimento prático
E seguindo esta linha de raciocínio, não restam margens para se colocar toda a culpa em cima do professorado, pois, a maioria destes em suas formações iniciais, não foram instigados à pesquisa, à vontade de adquirir conhecimento não foi alimentada devidamente, pelo contrário, a maioria dos docentes que hoje não conseguem incentivar seus alunos às pesquisas, a ir atrás do conhecimento, não conseguem isto porque também não foram instigados a conhecer. Claro que em se tratando de conhecer o interesse parte de cada um, porém, o incentivo não é apenas um mecanismo bom, como, ao meu ver, é indiscutivelmente necessário para a evolução do ser humano. "Sabemos que dificilmente o conhecimento pedagógico básico tem um caráter muito especializado, já que o conhecimento pedagógico especializado está estreitamente ligado a ação, fazendo com que uma parte de tal conhecimento seja prático, adquirido a partir da experiência que proporciona informação constante processada na atividade profissional. A formação inicial deve fornecer as bases para poder construir esse conhecimento pedagógico especializado. A análise do conhecimento do professor responde melhor ao propósito de começar a ver a atividade docente como exercício de um tipo especial de conhecimentos com os quais, ao realizar seu trabalho, os professores enfrentam todo o tipo de tarefas e problemas." (Imbernon, 2004, pág. 57)
Formação permanente
E em se tratando de interesse de cada um, isto vai influenciar diretamente na formação permanente do professorado, pois, se um docente não se interessa em evoluir, ele não vai refletir sobre suas teorias, suas práticas, não vai trocar experiências e conhecimentos com outros docentes, melhorando a comunicação, não vai participar de projetos integrados de trabalho, enfim, não estará realmente participando do meio em que trabalha, continuando a ser mais um individualista e impedindo assim sua própria evolução. "A capacidade profissional não se esgotará na formação técnica, mas alcançará o terreno prático e as concepções pelas quais se estabelece a ação docente. A formação terá como base uma reflexão dos sujeitos sobre sua prática docente, de modo a permitir que examinem suas teorias implícitas, seus esquemas de funcionamento, suas atitudes, realizando um processo constante de auto avaliação que oriente seu trabalho. Isso supõe que a formação permanente deve estender-se ao terreno das capacidades, habilidades e atitudes e que os valores e as concepções de cada docente e da equipe como um todo devem ser questionados permanentemente." (Imbernon, 2004, pág. 48)

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